domingo

TERRAMOTO (S) - EARTHQUAKE (S)

A catástrofe? E depois do terramoto? E as ondas de choque nas mentalidades? Agradecer por estar intacto? Tudo destruído? O que procurar? O que aconteceu e porquê? Acordar para o futuro? Recordações/memória? Como voltar a construir? E o que será que construimos primeiro? A nossa própria história?...

"Acontecimentos recentes como 11 de Setembro e o Katrina iluminam continuidades e perplexidade e revelam como alguns eventos isolados cristalizam os nossos medos e preconceitos." Pedro Mexia

( Performance de teatro Instalação - Versão 1 -Fábrica) Este espectáculo performativo resultou do processo de criação/estágio numa fábrica em ruínas.

terça-feira

A MOREIA
Work in progress

E já começamos a dramaturgia (trabalho de mesa) da nova criação/produção que irá desta vez estrear em Angra do Heroísmo no Teatro Angrense dia 23 e 24 de Novembro - 28,29 e 30 Praia da Vitória , 1 e 2 de Dezembro nas Velas - 7,8 e 9 - S. Mateus - Lajes do Pico e Cais do Pico - 14,15,16 Teatro Faialense.

quinta-feira

Estreia ONLINE dia 28 de Outubro

TERRAMOTO(S)

Notícias/convites: Projecto de Teatro contemporâneo de 2007 -
Terramoto(s) - "Teatro na tua casa"
Foto de Inês Andrade
Teatro O Dragoeiro : Estreia o espectáculo TERRAMOTO(S) versão 0 - Online no dia 28 de Outubro às 22h (provavelmente uma experiência única no mundo) no próprio site www.odragoeiro.com (entrada Livre) para celebrar junto com o mundo o cinquentenário da erupção do Vulcão dos Capelinhos na Ilha do Faial, Açores.

Projecto de Teatro Performativo versão 0

TERRAMOTO(S) in "Fabrica"


Criação/projecto de Teatro contemporânea de 2007

Dentro do nosso plano de actividades anual (novas criações) fazemos uma criação (0.1) a partir de texto de um grande autor contemporâneo, uma outra (0.2) mais de carácter performativo e de teatro alternativo outra (0.3) a partir de um conceituado autor/texto clássico e uma última (0.4) criação a partir de um escritor açoriano.

Foto de Inês Andrade

terça-feira

TERRAMOTO (S) Gravações


TERRAMOTO (S)

Depois das fotos ligadas ao estágio/espacial hoje acabamos uma primeira fase das gravações nas mesmas ruínas que nos acolheram e nos continuam a inspirar com a sua escultura e consequente memória. Horas de gravações de um processo "ADAPT" dentro da técnica do teatro de instalação onde os actores sem palco e bastidores enfrentam um espaço real , difícil e carregado de suspense, onde representam as suas personagens em diversas situações e ambientes. Aqui o desenho de luz é feito pelo sol e a sonoplastia pelos actores e pelo próprio espaço. Sentimos que estamos dentro de um palco real, que já ninguém quer estar ou se lembra que existe. Uma sensação que se vive intensamente muito difícil de registar até mesmo em fotografia ou vídeo.

segunda-feira

TERRAMOTO (S)

Assim continuamos a nossa viagem pelo mundo dos sismos, tremores de terra que muitas vezes provocam terramoto(s) e destruição no ambiente, mas sobretudo grandes abalos interiores nas pessoas que os vivenciam. Sejam catástrofes físicas ou emocionais ou até mesmo psicológicas como grandes dramas ou duras experiências vividas. A trabalhar nesta nova criação o mais interessante está a ser trabalhar sobre a grande capacidade de sobrevivência, de superação e sobre a memória dos acontecimentos que pretendemos continuar trabalhar de uma forma sensorial e contemporânea. Um espectáculo de "teatro instalado" onde o ambiente é primordial para estimular a memória e a acção. Um espectáculo per formativo e ao mesmo tempo muito cinematográfico.Esperamos brevemente dar notícias da sua estreia...

domingo

Work in Progress



TERRAMOTO (s)
Casamento?

O Processo está ser muito produtivo, levantamos algumas ideias em grupo, pusemos essas mesmas ideias na prática, repetimos para torná-las mais dos actores/bailarinos e de acordo ao que estamos a procurar. O encenador (Nelson Monforte) como o terramoto extracénico, porque por vezes a latência apodera-se dos actores, os temíveis vulcões! Actualmente andamos na cena do casamento propondo materiais a partir da dicas com que ficamos do nosso último ensaio: eficácia, rapidez, síntese.CASAMENTO DO NUNO E DA ALFACE: a noiva que não chega, a célebre marcha nupcial. O momento de dizer SIM ad eternum!!!! as alianças no dedo anelar, o brinde em que os braços se cruzam (tantas vezes é uma atrapalhaçada!) os talheres a bater nos copos, BEIJA! BEIJA! BEIJA! "o beijo dos noivos", em que experimentamos um falso pudor, um falso beijo... Todavia estamos ainda numa fase primária perto do clownesco, falta-lhe aquele ritmo e ironia fase a tragédia e clareza. Experimentamos outras coisas, com a Raquel também, sobre a parte dos casamentos frustrados... em que há uma rejeição do toque, ou um hábito rotineiro do fazer amor (toca-me aqui, toca-me ali, uma espécie de roteiro para que nada falhe e seja sempre bom)... se bem que estas ideias são do pós-casamento, e não do casamento em si. Depois avançamos para o sexo e para a primeira vez, e foi de comum acordo fazer algo mais de contacto improvisação, e marcamos uma cena mais bonita e poética de contacto com os dois corpos mais dançada...

Work in Progress


TERRAMOTO (S)
Falar de terramotos de hoje?
Neste momento estamos a fazer o levantamento de algumas cenas através da improvisação. Materiais: um actor e duas bailarinas/ um espaço vazio/ O Guião. No princípio era o verbo; pois o nosso princípio foi o corpo, os corpos, aqueles que observamos na rua e que são poéticos e eternos. Os fenómenos (terramotos interiores, vulcões, massas de terra, ataques de epilepsia); a concretização de uma sinal perceptível universalmente, tradução em vinte segundos da unidade humana. PONTO 1: O Big Bang. Como farias tu um Big Bang? O bico de gás ficou aceso toda a noite, e na manhã seguinte, apetece-te um cigarro, procuras e isqueiro no bloso e... BOOOOOOOOOUM!
A matéria e os seus milhões de átomos reuniram-se e incharam o Universo e... BOOOOOOOOUM!
Abriu-se a porta do metro, vejo-te e o meu coração estremece, toda o meu rosto deseja ser sugado por ti, és linda mas... BOOOOOOOUM! O Vulcão dos Capelinhos desabafou há 50 anos atrás, ela estava na cozinha e, sem saber o que dizer ao marido, BOOOOOOUM! A temática do Big Bang, do Início, foi algo que exploramos através de sonoridades, evocações e situações em que ouvimos (fora ou dentro de nós) este BOOOOOOOUM ensurdecedor e revelador. O que ao princípio foi um ataque de pânico e histeria (necessidades talvez de desbloquear ou então de activar o mecanismo da improvisação), deu forma e consistência a este princípio sonoro que todos nós entendemos e cuja pesquisa, nos próximos ensaios, será: Onde? Quando? Com que intensidade ouvimos nós este BOOOOOOOUM? Já alguma vez ouvimos? Vamos propor-nos a ouvi-lo? O que vem a seguir ao Big Bang?
O Homem, e aquele paraíso de Torga que está sempre onde o pomos e nunca onde o temos.É caso para dizer: OH MY GOD, Adão enriqueceu de um momento para o outro, Adam is rich now!!! Do paraíso distorcido enquanto passagem de ano, ao paraíso que passou pela tentação, pela serpente, chegamos também ao paraíso da alienação, do riso, do prazer experimentado pela droga, pelo vício, pela necessidade... ou então o paraíso mais simples: o inominável que nos dá vontade de rir. Ao longo deste trabalho fomo-nos apercebendo de alguns elementos que não deveriam acontecer na improvisação (neste processo de criação que procuramos). Ei-los:~

1. FAZER DUAS VEZES É PROIBIDO! (porque esgota, porque já se sabe, porque conhecemos, porque não vamos comentar, porque os sinais estão dados ao público e o público LÊ).

2. NÃO DEIXAR CAIR A BOLA (porque um jogo de ténis não se joga sozinho - item1- e porque só se joga enquanto a bola estiver no ar -item2). O que acontece se a bola cair? Voltamos atrás, apanhamos a bola, e voltamos a dar uma tacada. Tão (aparentemente) simples, não é?
Entretanto, improvisação a dentro, chegamos ao Amor. As crianças são o símbolo do amor, dos anjos, da candura, da doçura, dos quadros religiosos com o verniz meio estalado pela idade... e hoje, qual é a criança de hoje (aparte estes anjos)? Conhecem aquela criança preversa cuja mente é um comboio a assobiar pela noite dentro? Nós improvisamos sobre a criança-mulher, a criança-homem, as crianças que brincam aos doutores e, a bem dizer ao teatro, querendo já procurar o desconhecido e o mistério do outro, e nu outro. Foi importante ter duas mulheres e um homem, pois há um desiquilíbrio dinâmico sempre por resolver. Qual delas é para ele? Qual delas vai dançar na adolescencia? Qual delas vai dar o golpe do lencinho, torcer um pé para que o rapaz a vá ajudar e largue "a outra". Neste jogo de perversidade também o perigo espreita; e quando,numa noite, se mexem as ancas como a Shakira para seduzir para seduzir o «gajo cool», pode ser que a realidade seja um canivete apontado e um jogo de pernas e cintura, e não tanto um vídeoclip.
Em termos técnicos, o encenador (Nelson Monforte) ficou a conhecer-nos mais profunadamente e à nossa especificidade. "Olha o corpo da Alface". "Olha o corpo da Raquel" "Olha o corpo do Nuno" Exacto. Há um trabalho a fazer que tem a ver com a expressão corporal. Com a libertação do corpo. Com o uso de todas as partes do corpo para exprimir o mesmo significado. Não deixar que o corpo do actor seja um braço isolado, uma anca que ficou por colocar, um peito que não voou... mas seja uma expressão própria, "inteira" e ligeira: para que todo o material imaginativo deslize pelo corpo sem impedimentos e empedernidos. E aqui estão as nossas actuais inquietações...Num contágio permanente entre corpos e ideias: o actor transporta a bailarina para um determinado universo; a bailarina empresta a sua mobilidade para que o actor construa. E, ao fim e ao cabo, acabamos por ter um actarino e uma bailactora, que nem teatro fazem, nem cinema, nem pintura, nem música... estão a vasculhar um baú maior que as palavras, mais pulsional e directamente ligado à nossa fonte, a memória: esse baú, digamos, a nossa vida! Corpo: como exprime a vida, a memória de vidas? Voz: como dá corpo à vida, ao eco de vidas? A personagem: meio caminho entre a memória do que somos e a memória do que todos somos.

Vamos andando porque, para a frente, "é o dilúvio".







TERRAMOTO (S)


E este novo projecto está em "erupção" de processo de trabalho. Depois de avançarmos com a proposta de encontrar uma fisicalidade comum, uma organicidade que todos pudessemos partilhar nesta construção. Começamos por baixo (pensamos que as raízes são o princípio de todas as coisas!), e daqui advieram os nossos pés e a nossa maneira de andar. Encontramos um andar característico, e surgiu a ideia de trabalharmos os nossos pés consoante os estágios da vida/estágio cénicos/9 cenas; isto é, procurar a movimentação e a FORMA dos pés de um bebé (e como isto influi em toda a fisicalidade), e progredir etáriamente até encontramos a forma dos pés de um morto - que nunca conseguem estar paralelos, porque o morto não possuí a FORÇA de comandar nos seus próprios pés. Um outro aspecto da nossa nova fisicalidade tem a ver com a noção de direcção: achamos uma parte do corpo como sendo a parte fundamental e orientadora da nossa direcção do espaço. Por exemplo, se queres ir do ponto A para o ponto B, em vez do teu ser ir em totalidade, é a tua anca e o teu joelho que te projectam primeiro. Ou seja, há uma parte do corpo que se antecipa quando mudas de direcção, e que transporta todo o corpo consigo. E por falar em antecipação, falamos também em atraso. Esta ideia foi-nos especialmente querida, a pontos de gostarmos muito de a poder experimentar in loco em vários sítios, de modo a torná-la quotidiana e orgânica em nós: trata-se de um MOVIMENTO ESPIRALADO (nomenclatura da Alface!), que inverte toda a estrutura dita "normal" no comportamento do Homem ainda na mudança da direcção. Simplificando, a tua cabeça é a última coisa a virar-se. Tornando isto prático, tomemos o encontro dos dois namorados que se vão abraçar, estando de costas um para o outro. Ao virarem para se abraçar e beijar, primeiro os braços entrelaçam e os corpos encontram-se e só no final as duas cabeças se cruzam. E quando queres mudar de ponto, vai todo o teu corpo primeiro (relembrar o joelho e a anca), e a cabeça permanece nesse mesmo ponto e é a última a «ceder» na direcção. Uma outra ideia, que já tinha surgido na mesa, é a ideia de um cardume magnético entre nós três. Um triângulo dentro do triângulo. Mais ou menos como se fossemos cavalos marinhos... e quando a nossa direcção muda, as nossas cabeças giram em opostos. Estamos sempre em oposição uns com os outros... exploramos os desiquilíbrios sempre que nos queremos deslocar, sendo que no ponto máximo do des(equilíbrio) [aquele em que não sabes se ficas não sabes se cais] a tua expressão facial dilata-se para, quando finalmente cais no chão e restabeleces ao teu equilíbrio, te centrares e a tua expressão facial voltar a um estado neutro.

Moby Dick

MOBY DICK


Falar de nós, e do fazer cultura/teatro nos Açores é sempre muito difícil, mas continuamos à espera de textos/reflexões/críticas relacionados com o espectáculo que aconteceu/ocorreu no Triângulo. A saga da teimosia de trabalhar para todas as ilhas continua de pé e o espectáculo Moby Dick não fugiu à regra. Fui surpreendente para toda a equipa ver a reacção do público a uma linguagem nada convencional, e a uma encenação (Ávila Costa) minuciosa de convite ao estimulo intelectual versos imaginário. Dois actores e um grande Clássico que fala de baleeiros e baleias... Dentro deste ardo estágio artístico, logístico (onde sobretudo encontramos grande falta de recursos e meios ) e de conhecimento das várias realidades específica (culturais/sociais/Politicas) concluímos neste diálogo/relação directo que está mais forte a "certeza/convicção" que este público fantástico merece grande atenção cultural (apesar das grandes dificuldades ) todo o nosso investimento artístico e que a partir deste momento vai querer mais e melhor. Prometemos continuar a trabalhar para isso...