terça-feira

A difícil Arte de dizer adeus

A difícil arte de dizer adeus
Jamais gostei de despedidas,“não aprendi a dizer adeus, mas tenho que aceitar que a vida é assim como aves de verão, se tens que partir, que sejas então, feliz”. É difícil dizer adeus. É estranho, mas quem já perdeu alguém entende que nunca estamos preparados para a despedida.Não são apenas as partidas de quem amamos que nos consomem em tristeza, dor, dúvida. Não aprendemos a dizer adeus nem para as pequenas e inanimadas coisas. Não aprendemos a dizer adeus para a casa que moramos desde pequenos e que, quinze anos depois vai ser vendida. Não aprendemos a dizer adeus para aquelas calças que não nos servem mais. Não aprendemos a dizer adeus às nossas velhas manias, aos nossos velhos vícios que nos custam muito mudar. Não aprendemos a dizer adeus à antiga escola, ao brinquedo que ficou velho e agora vai ser dado a outra criança.Não aprendemos a dizer adeus a nós mesmos, quando deparamo-nos crescidos, numa nova vida, num novo corpo e cabeça, cheios de responsabilidades, e deitamos no travesseiro com aquela apertada e incomoda vontade de ser criança de novo.Aprender a dizer adeus é uma arte. Deveria ser ensinada na escola. Quem sabe assim déssemos mais valor ao que temos e a quem temos e aproveitássemos tudo com a intensidade de quem sabe que, um dia, terá que se desfazer e se conformar com isso.

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